4-6 diciembre 2019
Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires
America/Argentina/Buenos_Aires timezone
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POR TRÁS DO CAPUZ VERMELHO: UM OLHAR A PARTIR DA RESSIGNIFICAÇÃO DO CONTO LITERÁRIO NO CONTEXTO DA DINÂMICA DE EMPODERAMENTO FEMININO

No programado
20m
Campus Universitario (Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires)

Campus Universitario

Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires

Paraje Arroyo Seco s/n, Tandil, Buenos Aires, Argentina
Eje V: Cuestiones de enseñanza

Descripción

O cenário mundial observa-se a existência de inúmeros projetos que focam o emponderamento feminino, cujo objetivo é tentar minimizar os índices de desigualdades de gênero e outros problemas que massacram a mulher na atualidade. Nesse sentido, em setembro de 2015, representantes dos 193 Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) adotam a Resolution 70/1 – Transforming our world: the 2030 Agenda for Sustainable Development (ONU, 2015). Trata-se de uma agenda global colaborativa que visa fortalecer a paz universal e garantir maior liberdade aos povos. Um documento com inegável intrepidez, que aborda 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que se desdobram em 169 metas e juntos atendem às três dimensões para o desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental. A resolução centra-se nos direitos humanos de todos, e, especialmente no objetivo 5 propõe “achieve gender equality and empower all women and girls” (ONU, 2015). A necessidade de promoção de autonomia e empoderamento não se restringe apenas às mulheres adultas, mas também às meninas; embora reconheçamos que no contexto mundial, a adoção de projetos que envolvem ambos os gêneros possibilitam a redução dos problemas enfrentados pela mulher. Um dos meios que encontramos para trabalhar estes projetos de emponderamento a partir da infância é através da literatura. Na literatura infantil e infanto-juvenil é relativamente nova a percepção do uso de uma linguagem adequada para produzir novas inserções no mundo (LAJOLO & ZILBERMAN, 1985; SILVEIRA & QUADROS, 2015), o que possibilita novos olhares a partir da realidade refletida na literatura ou também da literatura na realidade social. Nesse sentido, em meados do século XVIII, na Europa, as damas de companhia passam a separar o conteúdo adulto do contexto das histórias narradas para as crianças, tal mudança no tratamento infantil ocorreu devido a uma nova concepção familiar que passava a respeitar a criança como um indivíduo com características próprias e a busca da valorização da infância. Em 1697, Charles Perrault (1628-1703) começou a registrar de modo escrito as histórias contadas oralmente, retirando os conteúdos que considerava impróprio para crianças como; trazendo assim uma história com conteúdo mais adequado às crianças (LAJOLO & ZILBERMAN, 1985). Os princípios educativos que regiam pensamento de seleção e critério de Perrault são na arte moral definidos pela contrarreforma que apresentou uma nova visão da valorização da infância, gerando assim maior união familiar permitindo que a criança tenha espaço para crescer. Sendo assim, consideramos como o início da literatura infanto juvenil as adaptações de contos de tradição oral por Charles Perrault na forma escrita para criar seus contos de fadas (TATAR, 2004; GRAY, 2012). O estudo proposto teve como objetivo analisar o conto Chapeuzinho Vermelho em três versões: Charles Perrault, Irmãos Grimm e Robert Darnton para exemplificar as relações de gêneros e os arquétipos do femininos e masculinos, fazendo uma comparação com a versão atual transmitida para as crianças (TATAR, 2004; GRIMM & GRIMM, 1989). O estudo teve como metodologia norteadora quanto à finalidade a investigação aplicada, com abordagem qualitativa conduzida por meio da análise de conteúdos da francesa Laurence Bardin (2010) e uso do software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRaMuTeQ). O estudo permitiu concluir que a função educativa e moralizadora nos contos de fadas tinha como objetivo primordial a orientação comportamental das crianças com papeis bem diferenciados, cabia à figura feminina o recato e submissão, já a figura masculina a força e dominação. É comum ver esta orientação ressaltada nos motes ao final do conto analisado. Nesse sentido, cabe também à escola ressignificar os contos, trazendo uma nova forma de olhar perceber o mundo e os objetivos propostos pelo objetivo 5, da Resolução 70/1 da ONU. É de suma importância ao docente conhecer a origem dos contos, e fornecer uma versão adaptada ao mundo infantil, lúdica e com objetivos didático-pedagógicos. Na história oral de Chapeuzinho Vermelho pode ser trabalhado o emponderamento das meninas, questões de gêneros e outras situações problemas que a mulher sofre na atualidade. Desta forma, não só Chapeuzinho Vermelho, mas quaisquer outros contos devem ser adaptados e apresentarem objetivos e finalidades para serem trabalhados em sala de aula, buscando sempre respeitar e valorizar a infância, as escolhas pessoais e os direitos de cada um, em uma perspectiva inclusiva, não discriminatória e plural.

Referências

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. 4. ed. Lisboa: Edições70, 2010.
GRAY, David. E. Pesquisa no mundo real. 2. ed. Porto Alegre: Penso, 2012.
GRIMM, J.; GRIMM, W. Contos de Grimm. Trad. Tatiana Belinky. São Paulo: Paulus, 1989.
LAJOLO, Marisa & ZILBERMAN, Regina. Literatura infantil brasileira: história & histórias. São Paulo: Ática, 1985.
MOREIRA, Lima. Desenvolvimento e crescimento humano: da concepção à puberdade. In: Algumas abordagens da educação sexual na deficiência intelectual [online]. 3rd ed. Salvador: EDUFBA, 2011, pp. 113-123. Bahia de todos collection. ISBN 978-85-232-1157-8. Availa.
Organizações das Nações Unidas. ONU. Resolution 70/1 – Transforming our world: the 2030 Agenda for Sustainable Development. 2015. Disponível em:< https://sustainabledevelopment.un.org/index.php?page=view&type=111&nr=8496&m >. Recuperado em: 18 maio 2019.
PERRAULT, C. Contos de Perrault. Belo Horizonte: Itatiaia, 1997.
SILVEIRA, Rosa Maria Hessel, & QUADROS, Marta Campos de. (2015). Crianças que sofrem: representações da infância em livros distribuídos pelo PNBE. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, (46), 175-196. Recuperado em 18 maio 19. Disponível em < https://dx.doi.org/10.1590/2316-40184610>.
TATAR, Maria. Contos de fadas. Trad. Maria Luíza de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.

Autores primarios

Mr Gutemberg Carvalho Vieira da Silva (Universidade do Norte do Paraná (UNOPAR)) Mr Rafael Gonçalves Campolino (Facultad de Ciencias Humanas - Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires) Mrs Tatiana Almeida Brito Ochsendorf e Sousa (Faculdade Anhanguera de Valparaiso de Goiás (Brazil)) Mrs Ângela Sousa Araujo (Universidade de Brasília (UnB))

Materiales de la presentación

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