Descripción
Devido às mudanças no papel do professor desde as mais recentes revoluções tecnológicas ocorridas no final do século XX, o contexto educacional deparou-se com novos desafios. Nesse sentido, para Morin (2001) o conhecimento não é acabado, mas sim construído constantemente, o que motivou a necessidade de uma formação docente muito mais abrangente que seja capaz de envolver várias modalidades. Dessa forma, o profissional docente de hoje e de um futuro bem próximo deve estar sempre preparado para indagar, para investigar e assim construir novas que o tire do cerne do processo de ensino-aprendizagem, colocando-o dessa forma, como um mediador entre o conhecimento existente, o conhecimento que ainda não foi construído e o que poderá ser, assumindo assim o papel de curador no processo pedagógico. A polidocência visa principalmente, permitir que este profissional esteja atento, consciente de suas responsabilidades ante o processo de formar-se, pensando não apenas em conhecimentos restritos a uma ou outra área, mas um conhecimento amplo, contextualizado e integral, que permita que todos os campos do saber dialoguem entre si, tornando a aprendizagem cada vez mais completa e também desafiadora, tanto para docentes quanto para discentes. O educador polidocente tem como prerrogativa a investigação e sua formação deve ser centrada na experimentação de novos paradigmas, devendo esta primar por uma formação que ofereça o devido ensejo para que tal argumentação aconteça, permitindo assim, que a reflexão do conhecimento perpasse pelos campos pedagógicos, científicos e culturais, articulando uma maior reflexão de seu papel como agente mediador do conhecimento (ALMEIDA, 2018). Com isso a investigação proposta teve como objetivo analisar os principais impactos que as últimas revoluções tecnológicas têm causado na formação docente, apontando de modo a permitir mais do que apenas o desvelamento de novas competências. Tal objetivo desdobrou-se em apresentar os principais desafios encontrados por tutores da Educação a Distância (EaD) no ensino superior sobre o novo perfil requerido pela Instituição de Ensino Superior (IES) ao lidar com a demanda da polidocência (ARAÚJO & BORBA, 2004). Para anteder aos objetivos a investigação assumiu a finalidade de pesquisa aplicada, com aporte descritivo e abordagem qualitativa, com uso procedimental da análise bibliográfica e do estudo de caso. Foi possível observar que a polidocência busca principalmente, a profissionalização da formação docente, levando este profissional a construir uma identidade, permitindo que o profissional docente construa ambientes onde as possibilidades de refletir e debater sobre o trabalho docente, bem como suas demandas de aplicação de metodologias, para assim, permitir uma maior emancipação, tanto do docente quanto para discente (IMBÉRNON, 2006). Mais que um simples fato de ser transmissor de conhecimentos acadêmicos, o educador polidocente deve estar preparado para expandir sua área de atuação, compreendendo e buscando suprir as necessidades que o cenário educacional e social demandam (ALMEIDA, 2018). As habilidades profissionais-pedagógicas do educador evoluem conforme este trabalha no processo incessante de construção, desconstrução e reconstrução de saberes que uma sociedade líquida e altamente tecnológica requer, refletindo constantemente sobre suas práticas, bem como avaliando se estas estão de acordo com o necessário para uma educação emancipatória. É exatamente neste cenário que surge o conceito de ensino híbrido: com o intuito de personalizar o ensino do coletivo, de forma a preparar o profissional docente para os desafios educacionais do século XXI. Este modelo viabiliza que ocorra uma socialização de conteúdos previamente abordados individualmente, dentro de um contexto de aprendizagem online, gerando uma experiência integrada entre teorias e práticas que este profissional deverá ter como competências desenvolvidas ao final de sua formação inicial.
Palavras-chave: Formação Docente. Formação Continuada. Polidocência. Educação a Distância.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, J. L.; BORBA, M. C. Construindo pesquisas coletivamente em educação matemática. In: BORBA, M. C.; ARAÚJO, J. L. (Org.). Pesquisa qualitativa em educação matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
ALMEIDA, Helber Rangel Formiga Leite de; BORBA, Marcelo de Carvalho. Interações colaborativas e o papel do aluno na polidocência. Ciênc. educ. (Bauru), Bauru , v. 24, n. 2, p. 431-448, Apr. 2018 . Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132018000200431&lng=en&nrm=iso. Acesso em 13 Maio 2019. http://dx.doi.org/10.1590/1516-731320180020011.
MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo, Cortez. 2001.
IMBERNÓN, F. Formação Docente Profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. 6.Ed. São Paulo: Cortez, 2006.
